Pense na seguinte situação: você é convidado de um elegante casamento planejado com muita antecedência pelos noivos. A mais bem arranjada decoração, o mais belo vestido e o bolo mais bem confeitado ornam a ocasião. Mas a festa dos sonhos se transforma em pesadelo quando a energia elétrica acaba repentinamente. É pensando em prevenir esse e outros tipos de imprevistos relacionados à energia que surge a BeltLoc, empresa juiz-forana especializada em locação de geradores, que celebra 10 anos em 2023. O Zine Negócios conversou com o criador e diretor do empreendimento, Diego Longhi, que relembrou os desafios da primeira década de empresa e também os caminhos de sua jornada empreendedora de quase 20 anos.
Mas antes de contar essa história você precisa saber o que é de fato a BeltLoc. Trata-se de uma solução em geradores de energia que atende a variados segmentos como eventos, construção civil, indústria, comércio, hospitais e hotéis. Com um raio de atuação de 250 quilômetros, suporte 24 horas e 17 funcionários diretos, o empreendimento se destaca na Zona da Mata mineira.
“Em alguns casos funciona como um seguro de carro. O cliente contrata não querendo usar, mas caso precise estará assistido. Em outros, supre situações em que não há energia de qualidade, como em locais mais afastados dos centros urbanos”, explica Diego, que complementa dizendo que seu interesse não é tornar a BeltLoc a maior empresa de locação de geradores, mas sim a melhor. “O que me move é ser o melhor e referência no meu segmento.”
Ao colocar a lupa na linha do tempo da jornada empreendedora de 20 anos de Longhi, sobre o momento de criação da BeltLoc, destacam-se quatro fatores: uma quase desistência, sorte, um início desastroso e um voto de confiança.
“Ganhei na loteria sem ter jogado”
O ano era 2012. A essa altura, Diego Longhi já colecionava uma passagem à frente da Zupt, malharia criada em 2006 da qual se desligou do quadro societário após uma crise têxtil em 2010, e era sócio da Mosaico embalagens. “Cheguei a ter 33 funcionários. A fábrica rodava 24 horas”, relembra o empresário sobre a boa fase da indústria.
Mesmo com a fábrica em ascensão, preferiu vender sua parte por conta de convicções pessoais. Decidiu que tentaria um concurso público e pensou em abandonar o empreendedorismo. Formado em Direito, tinha desejo de ingressar na área jurídica. A venda da sua parte ocorreu em novembro de 2012.
Mesmo assim, ainda em dezembro, realizou os processos de inventário e balanço a pedido dos outros sócios. Em janeiro de 2013, uma fatalidade. Um incêndio acomete a fábrica. Segundo Diego, criminosos ingressaram na indústria para furtar cabos e houve um curto que ocasionou o incêndio no local. Máquinas novas foram compradas e nem chegaram a ser instaladas na época. Não havia seguro de incêndio.
“Eu digo que ganhei na loteria sem ficar rico, já que eu tinha acabado de deixar de ser sócio. Foi uma grande fatalidade”, relembra.
“A primeira locação foi um desastre”
Mesmo diante do triste cenário, o plano de ser concursado não durou muito. A convite do sogro, em 2013, decide ingressar no ramo de locação de geradores. “Com o dinheiro recebido pela venda da minha parte na fábrica de embalagens, investi nos geradores. Eu não entendia nada do ramo, mas sempre gostei muito de motores e de carros. Acaba sendo bem parecido. Eu resolvi encarar. Fiquei de fevereiro de 2013 até junho estudando e entendendo a estrutura de mercado para ver se era viável ou se não era. Se eu ia curtir ou não. Acabei gostando e montei a empresa em junho de 2013.”
O início foi tímido, com dois funcionários sendo Diego um deles. “Quando é necessário ainda subo no caminhão, transporto e instalo gerador”, reforça o empresário ao relembrar dos primeiros passos no setor.
Começou atendendo apenas o segmento de construção civil, mas não demorou muito a vir a expansão. A partir de sua experiência bem sucedida prestando serviços para o ramo de eventos na época de malharia, decide atender novamente o setor, mas dessa vez prestando outro serviço.
A oportunidade veio logo. Em certa ocasião, encontrou-se com Toninho Simão, um dos mais respeitados produtores de eventos de Juiz de Fora, que disse a ele “eu sempre alugo geradores para os meus eventos e a partir de hoje você vai me atender, pela relação que criamos na época de malharia”, relembra o empresário.
O produtor fez um pedido para o fornecimento de geradores para uma feira de roupas que ele estava promovendo. O cenário era perfeito, o empresário só não contava com o que estava por vir.
“A primeira locação foi um desastre. Utilizamos um gerador usado que eu tinha recém comprado na época e que não estava 100%. O equipamento desarmava a todo momento.”
A experiência foi tão desgastante que passou pela cabeça do empresário não trabalhar mais com eventos. O mais surpreendente veio meses depois quando Toninho refez o convite, mesmo diante do serviço abaixo das expectativas prestado no primeiro evento. Era o voto de confiança que Diego precisava.
“Minha reação na hora foi falar com ele que não, que ele estava doido. E o Toninho me disse ‘nem que você coloque cinco geradores, um do lado do outro, vai ser de você que eu vou alugar’. Ele me deu um voto de confiança. Fizemos o evento, naquele momento com as máquinas preparadas, e deu muito certo. A partir dali fui reingressando no segmento de eventos. Foi bom porque eu já conhecia muita gente do segmento e o pessoal foi vendo que eu tinha voltado a prestar serviços para esse mercado. E hoje em dia estamos prestando serviço para a grande maioria dos eventos de Juiz de Fora.”
Que o fator transformação está muito presente na caminhada de Diego não há dúvidas. Mas quando desafiado a resumir seus 20 anos de empreendedorismo, é outra palavra que se destaca: networking.
“O que move o negócio é o networking. Não adianta ter o melhor produto, ou o melhor preço. O networking faz você sair na frente de tudo. Em qualquer ramo”, conclui.
Serviço
Endereço: R. Dr. Duarte de Abreu, 175 – Mariano Procópio, Juiz de Fora
Contato: (32) 99971- 6444
Instagram: @beltloc_geradores
